Um telefonema às oito da noite. Incomum. Era Alice, a qual tinha conhecido em uma dessas clínicas psiquiátricas, à uns oito anos. Amiga antiga. Garota simpática e de bem com a vida, ela era bipolar. Possuía cabelos coloridos e encaracolado nas pontas. Normalmente espontânea alegre. Mas nessa noite sua voz parecia abatida.
Ouvindo aquela voz chorosa, pude então compreender o que viria a se passar nos próximos minutos. Há uma terceira pessoa. Chamarei aqui de Nicotina, para preservar sua privacidade, mesmo que morta. Minha falecida namorada.
Só posso lembrar dos momentos bons que tivemos. Dos ruins, passo longe, para não manchar o manto alvo de Nicotina. Saiamos todos para bares e festas. Também havia conhecido Nicotina em uma das minhas internações, não dá para culpa-la pelo que fez. Mas enfim, nunca mais a terei em meus braços. Serei eu um desgraçado da vida? Nunca mais sentirei suas caricias novamente. Adeus Nicole.
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