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Guernica, Pablo Picasso |
Autor: Mathew
Por muitas vezes por mim exaltada, ela se aproxima lentamente; de qualquer ser vivo, racional ou irracional. Por muitos humanos, temida. Entre outras culturas, celebrada. E ainda sim ela existe. Por que ela existe? Desgastes de células talvez? Premeditação divina da tal vez? Um brinde, à divina comédia da vida. Vivemos intensamente, mesmo que não façamos nada, um dia a mortuária e o sepulcro nos abraçará.
E eu, que nos meus aposentos, sambo na cadeira. Pendurado sobre uma corda. Rezando para que minha ideia premeditada dê errado. Juro por mãezinha, que tais desventuras por mim vividas, tais abusos, tais acontecimentos violentos, me fizeram chegar até aqui. Será que a morte me acolherá como um filho pródigo, que do pó veio, e para o pó vai? A mazela de toda e qualquer sociedade.
E que mesmo assim, se não partires pela corda, o líquido morno que percorre em minhas veias já se esvairiam pelos cortes profundos produzido por um daqueles cutelos lá do deposito de carnes. Me equilibro sobre a cadeira, mas ainda paralisado de pavor, ouço a Morte dizer para mim:
- Sangre, sangre para mim.
Imóvel permaneço até que meu peso, suspendido pela corda, se vai de encontro ao chão. È assim que eu parto dessa para uma melhor? Morrendo, suplico:
- Deus!
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