
Still Life with Skull, Paul Cezanne
Autor: Mathew
Eu contei a ela, sobre meus problemas, sobre minhas frustrações e ela riu da minha cara. Será que ela não se importa mesmo? ou será apenas parte de um papel mal interpretado? Tanto faz pois nada importa pra ela, uma sublime visão niilista das coisas, o som sepulcral do mais completo absurdo, é isso o que ela é.
Tenta me jogar para baixo com todas as suas cobranças e acerto de contas, contas das quais o matemático que as desenvolveram, se esqueceu. È isso, estou à deriva em um oceano de longevidade enquanto sou esfaqueado, é claro que figurativamente. Ela ri e suas risadas soam macabras, já não sinto mais vontade de deleitar-me sobre sua voz, banhar-me em seu sopro e suportar as carícias indesejadas, que causam imensos prazeres.
Dizem que ela possui uma beleza, mas no momento só o que vejo é um mando que a cobre desprovido de qualquer sentido de beleza, seja ele julgado pela simetria ou pela ligação ao divino. A escuridão a envolve. Tudo fica escuro. Tudo some. De repente me vejo em cima dela, imobilizando-a, enfim ela parou, e vi toda aquela imundície, toda aquela satisfação por tudo ser uma merda. Estava cara a cara com a Vida. E do meu peito saiu o brado:
-Vai se foder!
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