RUBRO




Pedro Emmanuel, Mathew

É nítido que ela sabe. Não tem como não saber. Se eu fosse ela, notaria as multidões que lhe observam. Seu olhar é fatal, ainda que os óculos lhe roubem um pouco o brilho do Sol nas íris cor-de-mel. Seus cabelos cacheados e ruivos, lhe atribuem um aspecto selvagem; perigoso. Sem contar que o jeito como esticam os isqueiros em direção ao seu cigarro apagado e apoiado sobre os lábios, é muito curioso. Como posso querer lhe dar a lua, se o mundo já é dela. No mínimo, posso oferecer-lhe um poema meia boca, já que é sobre isso; trocas, o amor é sobre trocas. Então Eros, Fatia, Filia… e todas palavras gregas que disputam o lugar para descrever o que sinto por essa dama, apenas riscam a superfície dessa diamante rubro.


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