Já era madrugada quando consegui(ou
pelo menos tentei) resgatar oque sobrou do bolo; a parte que não estava tão
carbonizada. Parecia uma rocha alaranjada, não só a textura de uma, mas também
a consistência. Lixo. Não havia salvação. Pus um copo de café requentado e
apreciei a infinita queda da assadeira(igualmente desgraçada) na lata de lixo.
Não sabia se conseguiria tentar essa tarefa novamente; fora que nem ingredientes
eu encontraria. Parti para o obvio. Tão claro, tão... visível, agora. Mousse de
Limão. Oque poderia dar errado?
Deu tudo errado. Ele não
endurecia, não criava consistência de Mousse. Parecia mais um mingau. Ficou a
noite inteira gelando mas não adiantou. O sabor? Ok até; pronto para atacar a
diabetes de qualquer um que cruzasse o caminho. Acendi um cigarro e pensei:
Cal. Usam em doces, não? Não, definitivamente não; não quero que meu mousse
vire reboco de parede, tenho apreço por ele. Recorri então à gelatina sem
sabor; o ideal. Tinha. De morango; foi a que encontrei. Vai assim mesmo.
O resultado já era esperado. O
mousse criou consistência; Mag-ní-fi-co. Tinha um porém(um “porém” bem grande),
acho que perceberiam não só pelo gosto, mas pela cor, que não era apenas de
limão. Tinha um “toque” de morango; e a cor? Rosa, lógico. Mas acho que estava
gostoso, digo, o doce do morango deve contrastar com o acido-azedo do limão.
Conceitos, irmão, culinária é sobre conceitos.
Queria me convencer de que havia
feito um bom trabalho, mas a quem eu enganaria? Estava tudo uma merda.
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